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Refugiados. Há 20 anos que não havia tantos obrigados a sair dos seus países
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- Criado em 20-06-2013
Número de pedidos de asilo a Portugal tem aumentado nos últimos anos, mas os refugiados que vivem no país queixam-se da diminuição das prestações sociais.
Há cada vez mais refugiados no mundo e cada vez mais pedidos de asilo a Portugal. Numa altura em que se assinala o Dia Mundial do Refugiado, o alto comissariado da ONU publicou um relatório em que revela que há 20 anos que o número de pessoas a fugir dos seus países não era tão alto. E está a crescer de mês para mês. Os 45 milhões contabilizados no final do ano passado já é um número ultrapassado, sobretudo devido à guerra civil síria.
Segundo os dados avançados, o Afeganistão continua a ser o país que mais obriga os seus nacionais a fugir, estando a maioria dos refugiados afegãos em países vizinhos, como o Paquistão e o Irão. A seguir, Iraque, Somália, Sudão e Síria são os países de origem de grande parte dos refugiados no mundo.
A Portugal chegam depois de um pedido de asilo espontâneo ou em acções concertadas com o estado português que visam retirar pessoas que já estão refugiadas em países em desenvolvimento para lhes dar uma vida normal.
Fonte do Conselho Português para os Refugiados (CPR) explicou ontem ao i que só desde o início do ano já foram feitos mais de 170 pedidos de asilo a Portugal e no final do ano passado vieram para território nacional 28 pessoas, através do programa de reinstalação, ou seja, que já estavam refugiados em países que não lhes ofereciam boas condições de vida.
Do número de pedidos de asilo, o CPR destaca que 70% eram de homens e que havia inclusivamente seis pedidos para crianças não acompanhadas.
"As estatísticas de 2013 mostram um aumento de pedidos de asilo, o que se explica com o facto de haver mais pessoas a terem de fugir dos seus países, consequência do aumento das crises humanitárias e da escalada da violência", esclareceu a mesma fonte, adiantando que em Portugal "dominam os pedidos de pessoas originárias da Guiné Conacri e da Síria".
Estado revê prestações sociais Quando um pedido de asilo é aceite, o refugiado chega a Portugal e inicialmente cabe ao Conselho Português de Refugiados dar apoio financeiro e conceder alojamento. Após essa fase, a Segurança Social e a Santa Casa da Misericórdia são as entidades que apoiam os estrangeiros. O apoio dado pelo estado está neste momento a ser revisto caso a caso e está já a provocar algumas queixas por parte de alguns refugiados.
É o caso de Solomon, de 48 anos, que chegou a Portugal no fim de 2011 com a mulher. Saíram da Eritreia em 2000 por causa da guerra das fronteiras com o governo da Etiópia. O casal chegou a receber cerca de 750 euros mensais, mas o valor caiu para metade e agora recebem apenas 430. Mariam é outra das pessoas que aceitaram falar à Lusa. Está em Portugal há três anos fugida do Afeganistão. Tudo porque, como jornalista, denunciou vários casos de corrupção a nível governamental e a sua segurança ficou em risco. Depois dos 629 euros iniciais, vive agora com menos de 180 euros. "Gosto muito de trabalhar, sempre estive activa, mas desde que cheguei a Portugal tenho estado no desemprego", lamenta--se a afegã.
Ainda assim, a Segurança Social garante que "cada caso está a ser analisado individualmente para que eventuais ajustamentos não ponham em causa o processo de integração dos refugiados".
in ionline | 20-06-2013 | Carlos Diogo Santos