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Portugueses gastam mais do que poupam
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- Criado em 22-08-2013
Números mostram que Portugal está no fundo da tabela da poupança e no topo da do consumo. De 1995 para 2010, as famílias aumentaram o nível de endividamento de 35% para 130% do seu rendimento disponível.
As estatísticas não deixam margem para dúvida: os portugueses gastam mais do que poupam. Nos últimos anos aumentou o endividamento e a comparação com os parceiros europeus é inevitável.
Entre os 27, estamos no fundo da lista dos que fazem mealheiro, mas na hora de gastar, subimos a escala.
Os cartões multibanco, o cartão de crédito, os cartões das lojas e produtos começaram a substituir as notas e moedas nas carteiras dos portugueses.
Resistir à tentação do consumo da multiplicidade de bens e serviços oferecidos em cada vez mais e maiores espaços comerciais não é para todos. Com o dinheiro menos visível e o crédito ao consumo fomentado pela banca, muitos foram os que se endividaram.
De 1995 para 2010, as famílias aumentaram o nível de endividamento de 35 para 130% do seu rendimento disponível, e a maior fatia vai para a prestação da casa.
Aliás, os portugueses estão entre os povos da União Europeia que menos poupam (- de 10% do rendimento anual) a par dos polacos, irlandeses ou checos. Todos abaixo da média dos 27 e claro, bem longe dos maiores aforristas, os belgas e os alemães.
A nível europeu, também as famílias da Holanda, Irlanda, Dinamarca, estónia, Letónia, Hungria e ou da vizinha Espanha gastaram mais do que ganharam.
O problema do endividamento agravou-se nos últimos anos com a crise, o crescimento do desemprego, a carestia de vida ou o aumento dos impostos.
No fim de 2010, 25 anos depois da entrada na CEE, metade da população adulta tinha empréstimos à banca ou a outras entidades financeiras. Os bancos começaram a cortar o crédito e a querer cobrar caro o que venderam barato. Diversas organizações, nomeadamente de Defesa do Consumidor, alertam e tentam ajudar à renegociação das dívidas.
Este é mais um dos indicadores tratados no estudo "25 anos de Portugal Europeu", coordenador por Augusto Mateus, e que vai ser uma das bases para o debate no 2º Encontro Presente no Futuro, organizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, nos dias 13 e 14 de Setembro, em Lisboa.
in RRenascença | 22-08-2013 | Ana Carrilho